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Desenvolvimento de sistema lipídico nanoestruturado contendo besifloxacino para o tratamento de infecções oculares em cães e gatos

Coordenador(es): - Nadia Araci Bou Chacra
Participante(s):

2019 - Atual

Desenvolvimento de sistema lipídico nanoestruturado contendo besifloxacino para o tratamento de infecções oculares em cães e gatos

Descrição: O número de animais de estimação no Brasil é cada vez maior. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2016 os lares brasileiros apresentaram 132 milhões de animais de estimação, dentre eles 52 milhões de cães e 22 milhões de gatos. Esses números colocaram o Brasil no quarto lugar no ranking mundial com população total de animais de estimação. Ademais, os dados coletados pela Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (ABINPET) mostrou, em 2016, um faturamento do setor de quase R$19 bilhões, representando um aumento de 5,7% em relação ao ano de 2015. A previsão para 2020 é que esse número cresça para R$20 bilhões. Os medicamentos veterinários representam 8,2% do faturamento total do segmento, equivalente a mais de R$1,5 bilhões por ano. Apesar do crescimento gradual na consciência da necessidade do cuidado do animal de estimação a fim de aprimorar seu ?estilo de vida?, problemas de saúde como obesidade, doenças relacionadas ao envelhecimento e infecções representam desafios que precisam ser superados. Pesquisa realizada em 2015 pela Associação Global de Medicina Animal revelou que as doenças infecciosas serão o segundo maior desafio que o setor de saúde animal enfrentará nos próximos cinco anos devido ao aumento da resistência a antibióticos. Assim, as doenças infecciosas representarão os maiores ganhos em saúde animal em âmbito global, especialmente, nos mercados emergentes como o Brasil. A conjuntivite, blefarite, ceratite e úlcera corneana são os principais tipos de infecções oculares em caninos e felinos causadas principalmente por bactérias Gram-positivas (Staphylococcus sp e Streptococcus sp) e Gram-negativas (Pseudomonas aeruginosa). A conjuntivite refere-se à inflamação da membrana conjuntival acometida por diversas bactérias. Apresenta-se clinicamente com inflamação, vermelhidão, quemose (edema na conjuntiva bulbar), hiperemia e exsudação. O tratamento farmacológico inclui administração, por via tópica e oral, de antibióticos de amplo espectro como tetraciclinas, aminoglicosídeos e quinolonas a cada 6 a 8 horas por 3 até 7 dias. Essa infecção quando não diagnosticada e tratada adequadamente pode causar ceratoconjuntivite, ceratite e possível cegueira. A ceratite é a inflamação da córnea causada pela destruição da sua camada epitelial por micro-organismos patogênicos. Essa infecção pode progredir em ulcerações corneanas com perfuração ocular, lesões irreversíveis e perda da visão. O tratamento é realizado com colírios de tobramicina, neomicina e polimixina B ou gentamicina. A ceratoconjuntivite seca refere-se à deficiência da fração aquosa do filme lacrimal que pode gerar alteração na carga bacteriana da superfície ocular e posterior aumento da presença da Pseudomonas aeruginosa. O tratamento é realizado pela administração tópica de antibiótico e medicamento para aumentar a produção de fluido lacrimal. Os colírios prescritos devem ser administrados a cada 4 horas por 3 até 7 dias. Os antibióticos para uso oftálmico estão associados a melhorias nas taxas de remissão clínica e bacteriana. As fluoroquinolonas oculares são comumente usadas para tratar infecções oculares e para a profilaxia perioperatória em cirurgias oftalmológicas devido a seu amplo espectro de ação, no entanto, na última década tem sido observada resistência de diferentes micro-organismos a esses fármacos. Assim, é de fundamental importância o desenvolvimento de novas fluoroquinolonas ativas contra essas cepas resistentes. O antibiótico besifloxacino, fluoroquinolona de quarta geração de uso exclusivo por via tópica oftálmica, tem se mostrado eficaz contra as cepas resistentes por inibir as enzimas bacterianas topoisomerase II e topoisomerase IV. A suspensão oftálmica de besifloxacino para uso humano foi aprovada para comercialização, em 2009, pela Food and Drug Administration (FDA) sob o nome Besiv.

Situação: Em andamento; Natureza: Desenvolvimento.

Alunos envolvidos: Doutorado: (1) .

Integrantes: Nádia Araci Bou-Chacra - Coordenador / Mirla Anali Bazan Henostroza - Integrante.

Financiador(es): Eurofarma Laboratórios - Matriz - Auxílio financeiro.

Palavras-chave:

Última atualização em 2024-01-18 10:00:00

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